APRESENTAÇÃO
O Instituto da Mulher Negra Mãe Hilda Jitolu é uma organização feminista negra, que luta para assegurar a acessibilidade de direitos para meninas e mulheres cis e transexuais negras. Tendo como foco a promoção de ações integrais, para o Bem Viver, voltadas para a educação, direitos sociais e direitos humanos. A organização possui dois pilares: Geração de Renda, através da formação e qualificação profissional; e Preservação de Memória, inspirando as novas gerações. E surgiu a partir de discussões com a comunidade local a respeito dos anseios de mulheres negras, que não são contemplados pela sociedade em geral.
A organização foi criada com o objetivo de manter viva a história e o legado de mulheres negras que tiveram importantes contribuições para movimento negro brasileiro, iniciando-se pelo legado de Mãe Hilda Jitolu, uma líder religiosa de matriz africana, que muito contribuiu para a valorização da cultura e religiosidade negra. Mãe Hilda nasceu em Salvador, em 06 de janeiro de 1923, e em 1952 fundou o Terreiro Acé Jitolu, em um dos bairros mais negros da capital baiana, o Curuzu. Foi neste espaço sagrado que iniciou sua luta pelo povo negro e onde nasceu o primeiro bloco afro do Brasil, o Ilê Aiyê, uma das suas maiores contribuições.
Quem conduz a Instituição é a 3ª geração da família, presidida por Valéria Lima, neta de Mãe Hilda e filha de Dete Lima, diretora e estilista do Ilê Aiyê. Valéria é Jornalista e Mestre em Estudos Étnicos e Africanos. Nasceu no bairro do Curuzu, e é a idealizadora do Instituto Mãe Hilda, editora-chefe do Portal Correio Nagô e Diretora de Comunicação do Instituto Mídia Étnica. Trabalhou em instituições como TVE e Secretaria da Educação do Estado da Bahia.
O Instituto vem desenvolvendo muitas atividades, com os mais variados públicos: com a comunidade local, com profissionais de outras unidades da federação e inclusive de outros países. Nesse cenário diverso e múltiplo, já realizou inúmeras cursos de qualificação profissional, como o de Tranças, Corte e Costura, e Arte em Tecido; realizou uma formação de professores em Educação Antirracista; palestra sobre Feminismo Negro no Brasil para antropólogas afro-americanas, e ainda realizou palestras sobre Políticas Públicas antirracistas, entre outras atividades.
Ao longo de 2024, o Instituto vai contar um pouco da história de Dete Lima, artista plástica e estilista do Ilê Aiyê. Ela começou a desenvolver seu trabalho artístico no Acé Jitolu, e ganhou destaque com a criação do primeiro bloco afro do Brasil, há quase 50 anos. Hoje, aos 70 anos de idade, 50 deles dedicados aos figurinos de todos os integrantes do bloco, desde músicos, dançarinas, rainhas, até os foliões. Além disso, Dete trabalha com paineis e bonecas de Voduns/Orixás, com amarrações e turbantes. Tem seu ateliê na sua casa, na ladeira do Curuzu.
O principal público-alvo do Instituto da Mulher Negra Mãe Hilda Jitolu é a mulher negra, entretanto suas primeiras ações estão voltadas para a comunidade local do bairro do Curuzu e religiosa de matriz africana. A organização foi criada para atender as necessidades deste público, que no atual momento tem enfrentado muitas dificuldades, principalmente alimentares.
A relação está sendo criada, e o principal objetivo é identificar as suas necessidades e criar estratégias para suprir, sejam elas alimentares, educacionais ou culturais. O nosso foco principal é preservação da memória das mulheres negras e geração de renda, a partir desses pilares desenvolvemos ações para beneficiar diretamente a comunidade.